A recente decisão de um tribunal de Tóquio, que ordenou uma “idol” de 17 anos a pagar uma indenização por danos e prejuízos ao violar uma cláusula que a impedia de sair com pessoas do sexo oposto, gerou rejeição nas redes sociais.
Além disso, reacendeu o debate sobre uma indústria que muitas pessoas consideram machista, segundo o Japan Times. Em 18 de setembro, o Tribunal Distrital de Tóquio ordenou a adolescente, ex-integrante de um grupo artístico juvenil que encerrou suas atividades, a pagar 650 mil ienes à agência que a contratou por ter saído com um fã.
A relação da menina com o homem veio à público em outubro de 2013, três meses depois da estreia do grupo. Após a revelação, o grupo acabou. Para o tribunal de Tóquio, “a fim de assegurar o apoio financeiro dos fãs, uma cláusula proibindo relações era necessária”. No entanto, nem todo mundo concorda com o argumento e o caso mais uma vez trouxe à tona as estritas regras de conduta com viés machista impostas às “idols”, que devem manter uma imagem de pureza e virgindade para continuarem apoiadas pelos fãs.
REPERCUSSÃO
Em março de 2014, Minami Minegishi, integrante do popular grupo AKB48 raspou a cabeça e publicou um vídeo no YouTube para se desculpar com seus fãs por ter passado a noite com um homem. O Japan Times lembrou o fato e recolheu opiniões de leitores e especialistas sobre o tema.
“Como essa política pode não ser ilegal? Não tolerar uma relação amorosa é desumano”, disse um tweeter. “O fato de que uma decisão como esta ocorra explica porque o Japão segue sendo conhecido como um centro de exploração sexual de adolescentes”, disse outro.
Kazuko Ito, advogada, declarou que “proibir os funcionários de um relacionamento representa um controle excessivo sobre sua privacidade e uma violação dos direitos humanos”.
Por outro lado, outro advogado, Yamato Sato, familiarizado com a indústria do entretenimento, disse que a decisão era “compreensível”. Em sua opinião, as “agências concentram muito trabalho e injetam grandes quantias de dinheiro em treinamento e publicidade nas meninas antes delas se tornarem populares. Então, se uma integrante sai com alguém impede a agência de recuperar seu investimento inicial nela e no grupo”.
Fonte - www.ipcdigital.com
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