terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Grande Guia do Hentai e Fetiches [+18]


Vou explicar hoje alguns fetiches “divertidos” e exóticos japoneses, ou seja, a “cultura sexual” japonesa que é vista em mangás, animes e games. O texto é Gigante :)

Muita gente, no Brasil em especial, tem vergonha de falar nesses assuntos, é “indecente”. Todo mundo finge que não faz sexo, que os pais não trepam, que a irmã não dá, que o vizinho não se masturba, etc… Se você vive nesse mundinho de mentirinha, sugiro que não leia.
Vamos lá, a primeira coisa que você precisa saber sobre Hentai é que essa palavra não existe em japonês, ou seja, isso foi uma criação ocidental. Provavelmente algum rapaz inteligente estava estudando japonês e viu a palavra “hentai seiyoku” que significa “perversão sexual” e, a partir da lógica desse indivíduo, ele imaginou então que “hentai” é pornografia. Assim passou-se a usar o termo. 


Na verdade, Hentai significa transformação e metamorfose, também podendo ser usado (secundariamente, geralmente em conjunto com outros kanjis ou como gíria) com o sentido de anormal e pervertido.

Mas, se os japoneses não falam Hentai, o que eles falam? Curiosamente são como nós, eles dizem “mangá para maior de idade” ou “mangá para adulto”, que equivale a “18-kin” (18+) e “seijin manga”, podendo ser usado o “eromanga/anime”. Tem também o “AV”, adult video. Lemon então é outra palavra americana, usado no mundo dos fanfics e, depois, nos “yaois”.

Em todo caso, essa pornografia japonesa é muito recente, os primeiros hentais como conhecemos hoje em dia foram produzidos por volta de 1980. No começo eram desenhos animados (OVAs) e algums filmes (AV), mas hoje em dias, além desses, é possível encontrar mangás, games (eroge), livros de ilustrações, doujinshis, miniaturas, dentre outros.


Ok, vamos “fingir” que hentai existe e definí-lo (olha que abstrato, definir uma palavra inventada que no fundo pode significar o que você quiser). No ocidente, hentai responde por qualquer coisa que possua sexo e venha do Japão! Basicamente foi um gênero criado para “alertar” o público ocidental de um “conteúdo” que não estamos tão acostumados a encarar.

O “ecchi” que vem também de “hentai” é a leitura da letra H em inglês (etching). Esse é sinônimo de “erótico” e “fazer sexo”. É muito comum os japoneses (em geral as meninas) usarem “ecchi” no lugar da palavra sexo, algo como “você quer fazer uns H?”. Tem um mangá que li onde isso aparece bastante, se chama HEN, do mesmo autor de Gantz, Hiroya Oku.

Geralmente no ocidente se define os ecchi como mangá e animês cujas cenas sexuais são indiretas e leves, não mostrando as genitais ou o sexo abertamente. Embora esse sentido seja até possível em japonês, eles não usam a palavra dessa forma usualmente.

Aí você fala: “mas nós também temos pornô”. Verdade, mas nosso pornô é geralmente “leve” se comparado ao japonês. O pornô japonês tem uma carga de fantasia muito pesada, muita gente chega a dizer que o Japão é o país dos fetiches.


Talvez alguém se pergunte o porquê. Bem, existem algumas teorias… Dizem que a cultura e o forte moralismo da sociedade japonesa reprimiram os desejos sexuais, causando o efeito reverso. Quanto mais se reprime, mais pervertido e cheios de segredos eles se tornam. Existem alguns exemplos que corroboram essa teoria, como a lei de 1956. Ela é conhecida especialmente pela parte onde se proíbe a prostituição e o “consumo” da mesma. Após isso, a indústria japonesa de sexo teve que “se virar”, procurando brechas. Daí nasceram ou se resgataram vários fetiches que não envolvem a penetração, como o Bukkake e Sumata (explicados abaixo).

Existem outras leis também, como a famosa que obriga a utilização de tarjas e semelhantes nos órgãos sexuais, mesmo na TV, livros, mídia de qualquer forma. Outra era contra pêlos pubianos, que eram proibidos de serem desenhados ou mostrados. Essa lei foi abolida, mas a “mania” continua viva.

Por causa disso tudo há diversos tipos. Fora o ecchi, têm aqueles que definem o tipo de casal (hetero, homo etc.), os que são os fetiches quanto ao tipo de parceiro, ao tipo de sexo, ao tipo de “complemento” ou que são só fantasias (até impossíveis). No fundo, qualquer mangá que citar o sexo, direto ou indiretamente, é hentai.

É importante entender que “hentai” é um gênero temático, todo hentai possui seu próprio gênero demográfico (tipo seinen, josei, shoujo, shounen). Alguns são muito específicos, outros são encontrados em todo lugar, inclusive nas obras infanto-juvenis.

Começando com os tipos de casal. Tem os yaoi, boy’s love, gei comi, ero-mangá/anime, yuri, teen’s love, ladies’ comics. Já deu para ver que japonês adora criar palavra dizendo que é amor (love) de alguém.


Os heterossexuais: geralmente pornografia no Japão é feito para o público masculino, mulher é muito repreendida por ter “desejos” sexuais. Então geralmente, os “ero-mangá/anime” são feitos para os homens se “divertirem”.

Quando é feito para a mulher, começou-se a usar o termo “ladies’ comic“, que antes era usado somente como sinônimo de Josei. Li pouquíssimos hentais para mulheres, em um deles a história era da primeira vez do casal (para ambos) e os mostrava “fazendo amor”, ou seja, cada toque de carinho, amor e romance, mas extremamente detalhado e erótico (para não dizer pornográfico). Além disso se passam muitas páginas nas preliminares e o rapaz tem uma resistência louvável.

Existe também pornografia feita para adolescentes, no ocidente se chama de “smut shoujo” e “ecchi/fanservice” por lá é “teen’s love” (TL). Basicamente são todas aquelas séries de shoujo (ou josei jovem) com forte conteúdo sexual. Onde geralmente a moça é “estuprada” por um cara gostosão. Existe a versão shounen também, que adoooora calcinhas.

Aí passamos para os homossexuais, uma coisa importante de se entender é que não necessariamente esses tipos abaixo precisam ser hentai (no sentido sexual explícito). É muito fácil achar Yuri, por exemplo, que mostra apenas a relação romântica sem nem tocar ou passar próximo de desejo sexual.

O Yuri ou girl’s love (GL): a palavra Yuri vem de “Yurizoku” que significa tribo do lírio, sendo Yuri um nome feminino comum. Este é um dos gêneros mais complicados, existe yuri para vários públicos e todos são chamados de yuri.

O yuri masculino é mais relacionado com o fetiche masculino de duas mulheres se tocando, chamado “girl-on-girl” em inglês. Esse tipo de yuri ocorre como seinen e shounen, sendo um dos “hentais” mais simples e famosos. Mas além disso, existe outro tipo de yuri totalmente diferente para o público adulto (geralmente masculino), para eles um relacionamento lésbico também representa a pureza e fragilidade de uma relação, onde o amor se torna quase divino, totalmente idealizado. Existem alguns estudos sobre isso, inclusive de brasileiros, é um assunto bem vasto se alguém quiser procurar mais.

Como se não bastasse, ainda existe o yuri feminino, voltado para as lésbicas e simpatizantes. Geralmente essas histórias trabalham mais em cima das dificuldades, da luta contra o machismo japonês e o preconceito, a questão do casamento, da independência financeira, etc. Existe também o pornô para lésbicas.

Em todo caso, tirando a versão pornô de yuri para homens, todos os outros tipos facilmente se misturam e às vezes é quase impossível de se perceber para quem aquilo é direcionado. O que não ocorre com o homossexualismo entre homens (leia-se por homossexualismo não só a opção sexual, como cultura e estilo anexado a esta), que ambos os tipos são muitíssimo diferentes e não agradam mutuamente.

Além desses, existem alguns outros termos, como: “Shoujo-ai”, que caiu em desuso no oriente, mas no ocidente denota yuris mais light; “Yuri-Orange” que identifica os yuri realmente pornográficos.

Sobre o homossexualismo masculino: o Boy’s Love, Men’s Love e Yaoi. Quanto a estes existe o “conhecimento” ocidental e o japonês, já que estou explicando cultura JAPONESA, vou tentar ser o mais fiel ao original.

Primeiro os Gei comi, Men’s Love (ML) ou, no ocidente, Bara. São os quadrinhos feitos para o público gay com pornografia gay. É muito diferente dos feitos para o público feminino, menos idealizado. Diferenciam-se dos femininos por ter coisas como pelos (para todo lado), suor em litros, personagens não-afeminados, músculos, tiozões e relacionamentos mais adultos. Confesso que não sou muito familiarizada com esse aqui.

Aí vem o Boy’s Love, que nasceu nas revistas femininas e com o tempo ganhou publicações exclusivas para o assunto. É o gênero shoujo/josei de idealização masculina. Supõe-se que sua fama é consequência do machismo japonês e o patriarquismo, onde as mulheres são tratadas de forma inferior aos homens, sendo submissas. Dessa forma, uma relação entre dois homens não sofreria isso, sendo um relacionamento igualitário.

Por causa disso, o par gay sempre respeita um padrão de perfeição feminina, logo um fetiche/fantasia feminina. O mais alto, forte e sério representa sempre o ativo, chamado de seme. O mais baixo, fraco, delicado e frágil representa o passivo, chamado de uke. Geralmente o uke é submisso e mais medroso, o seme é mais violento e agressivo. O uke seria uma metáfora de uma mulher japonesa, mas em posição igualitária. Por ser um shoujo/josei, muitos gêneros e manias destes ocorrem nos BL, como os “estupros”, os tipos de romance, os finais felizes, os príncipes encantados, os ideais e sonhos femininos. Existem versões um pouco diferentes, mas o Uke-Seme é o mais comum e admirado.

No começo, foi chamado de “Shounen-ai”, amor entre garotos, mas acabou caindo em desuso, embora no ocidente ainda se use como sinônimo de um BL mais light.


Já o Yaoi é sinônimo de homossexualidade, sendo usado no dia-a-dia como a palavra “gay” pelos “otakus”. Na verdade, inicialmente se tratava de doujinshis, yaoi é o acrônimo da frase “yama nashi, ochi nashi, imi nashi”, que significa “sem clímax, sem resolução, sem significado”. Como a maioria tinha teor homossexual, acabou ganhando esse sentido de gay. Inclusive ganhou um “novo” acrônimo “yamete, oshiri ga itai”, que significa literalmente “pare, minha bunda dói”.

A diferença principal entre BL e yaoi é o ideal feminino. Nos yaois, geralmente se usam personagens pré-existentes. Por exemplo, um yaoi do Raito (light) com o L de Death Note, se você analisar os dois, as características de um seme e um uke não estão presentes, ou seja, não segue a lógica dos boy’s love. O Yaoi é um “desejo” diferente, é o desejo de ver certos personagens se pegarem. Embora isso não seja uma regra certinha.


Existem também outros subgêneros mais famosos ou bizarros envolvendo fetiches. Vou citar alguns mais “diferentes” ou comuns. (Caso queira ver imagens, pesquise no Google, esse é um site de família =P)

Bukkake, é um tipo de orgia onde uma mulher (ou mais) é observada por vários homens que se masturbam e ejaculam na cara/corpo dela. A mulher pode estar sendo estuprada, sendo tocada por um homem ou por uma mulher, qualquer coisa que leve os que estão assistindo ficarem excitados. É uma das cenas favoritas dos japinhas. Nasceu por causa de leis japonesas e se tornou um estilo apreciado mundialmente, existem vários bukkakes europeus, por exemplo.

Bakunyuu, que é caracterizado por personagens com seios realmente imensos. Acho que não preciso listar as utilidades de um par desses. Já li em alguns artigos que a tara japonesa por peito é devido ao fenótipo japonês predominante, onde as mulheres tem peitos pequenos (se comparados a outros). Inclusive as roupas japonesas apertam os peitos em vez de destacá-los.

Supõe-se que com a vinda das europeias, os japoneses se depararam com uma cultura diferente que destaca o peito da mulher. Os espartilhos, por exemplo, afinam o corpo e comprimem os peitos moldando-os e fazendo-os parecerem maiores, fora o fato de que em alguns povos europeus as mulheres tem peitos bem avantajados. Sendo assim, acredita-se que com isso a busca por peitos gigantescos e imensos se enraizou na cultura japonesa. Mas existem outras teorias.

Panchira, literalmente calcinha, diz respeito ao fetiche japonês por calcinhas. Chegam a existir máquinas de vender calcinhas usadas (!) e um verdadeiro comércio em cima disso. Eles realmente gostam de cheirar calcinhas… Em mangá e animês pode se referir ao fanservice onde os ângulos mostram as calcinhas das personagens.

Existe uma subcultura que envolve se esfregar e cheirar uma calcinha secretamente ou que foi roubada. A possibilidade de ser pego no ato aumenta a emoção da coisa.

Uniformes, japoneses tem um especial fetiche por eles, especialmente de enfermeira, doutoras, escolares e de educação física. Às vezes, são adultos vestidos, um “role play” ou “cosplay”, mas constantemente envolve observar, perseguir ou dar uma de “stalker” em cima de alguém. Em alguns momentos chega a haver venda ou roubo de itens que pertencem a pessoa com algum tipo de resíduo. Como algo com saliva, urina, suor, entre outros.

Cabelo, japonês ADORA cabelo, o fetiche com eles vai desde os penteados insanos, até a moda e desejo por tipos específicos. Também existe a subcultura, onde alguns homens sentem tesão ao ver cabelos sendo cortados.

Fetiche por roupa-de-chuva, não exatamente aquela amarelinha, mas uma “moda” que visualmente se assemelha às roupas de couro ou aquelas transparentes. Aparentemente esse fetiche tem aumentado no Japão. O fato de estarem molhadas e pingando aumenta a sedução.

O corar é outro fetiche muito comum, uma moça envergonhada que abaixe a cabeça corada é um “turn on” imenso para os japoneses. Se você analisar, isso aparece em toda obra japonesa, em todo fanservice, mas na nossa realidade é uma “ação” mais difícil de acontecer. Somos um povo mais ousado e ativo, se alguém fala alguma pornografia para uma moça ela não baixa a cabeça e morre de vergonha, ela ignora, olha feio, manda ir se foder ou dá aquela risadinha.

Balão, pois é, ultimamnete tem havido muitos hentais e vídeos focados em balão. Aparentemente, agarrá-los, esfregá-los e forçá-los até explorir é estimulante.

Koonago, fetiche por mulheres baixas, pequenas e com jeitinho de criança. Não me pergunte por que, mas eles adoram uma baixinha fofinha. E especialmente adoram casais opostos, ou seja, essa baixinha com um homem alto e robusto (ou mulher se for um yuri). Isso funciona para o Boy’s Love tambem, onde o uke tem as mesmas características.

Omorashi, trata-se de outro fetiche tipicamente japonês, é a cena de uma garota que acaba urinando com calcinha e tudo por estar muito apertada. A princípio, a “diversão” está no rosto da moça, a mistura de vergonha mais o prazer do alívio. Vale a pena entender que na mulher a bexiga fica muito próxima do canal vaginal, com a diminuição da bexiga, a pressão sobre esse órgão diminui e gera um sentimento de prazer (com direito a gemidos dependendo da sensibilidade da moça). Inclusive existem perversões sexuais femininas envolvendo isso.

Possui algumas subculturas. O Yagai, por exemplo, envolve o omorashi que ocorre em público, fora de um quarto ou de um lugar privado. Existe também o que envolve fraldas.

Mas, enfim, junte tudo isso ao fetiche por urina, o “chuva dourada”, que os japoneses também “adoram”. O omorashi é tão “comum” que já chegou a aparecer na TV japonesa, naqueles shows de desafios.

Gokkun, típico fetiche japonês onde a mulher ingere o sêmen de um ou mais homens, direto ou indiretamente. Basicamente os japinhas curtem ver a mulher engolir. O nome vem da onomatopeia de se engolir algo, próximo ao nosso “glup”.

Wakamezake, esse é bem curioso, trata-se de uma mulher que, sentada a maneira oriental, deixa escorrer álcool (sake) em seu corpo, formando uma “pocinha” entre as coxas, na área genital. O parceiro/a então pode se deleitar com esse curioso drink, às vezes usando um canudinho. É especialmente apreciado quando os pelos pubianos boiam no sake, inclusive o nome deriva disso (da aparência da alga). Existe a alternativa em que a mulher está deitada com as coxas juntas.

Sumata, é um tipo de sexo que não envolve a penetração, a mulher esfrega o pênis nas mãos, coxas e a parte externa do órgão femino (os lábios). Nasceu por causa de leis japonesas que proibiam a penetração por dinheiro. Curiosamente, virou um estilo até comum, às vezes como forma de provocação e sedução.

3P, não é exclusivo japonês, mas eles são adeptos. 3P significa “tripla penetração” num mesmo orifício. Geralmente a vagina, mas em caso de yaoi pode ser o ânus também.

Tamakeri, mais um curioso, esse é um fetiche de ambos os sexos, é o ato de se esmurrar, chutar, estapear etc. os testículos (e, sim, eles gostam). Geralmente isso é algo que se restringe a fantasia apenas (imagino que os leitores masculinos consigam imaginar o porquê).

Nyotaimori, fetiche que envolve comida, é definido por sushis, sashimis e semelhantes servidos numa mulher nua. Existe algumas versões com flores e geralmente os sushis e sashimis tem posições fixas e corretas de estar. A versão masculina se chama Nantaimori. A ideia de ter uma mulher-bandeja os agrada, é comum haver treinos para que a mulher fique paradinha por horas, muito comum que as gueixas o façam. E não, ninguém come a bandeja… É até proibido tocá-la, falar com ela ou fazer qualquer coisa indecente.

Ero Guro ou Guro, do inglês Erotic Grotesque (Grotesco erótico), nasceu como um movimento, mas se tornou também o estilo. O guro explora a corrupção e decadância sexual, são relações com masoquismo, sadismo e outras formas violentas de sexo. É comum a mistura com a tortura e o assassinato.

Só um adendo sobre Gore, muita gente acha que é a mesma coisa que guro, mas não é. Gore indica temas envolvendo sangue, horror e tripas, sem envolvimento sexual obrigatório.

Violência Sexual, geralmente parte do Guro, é relativo às formas sexuais que envolvem não só tortura como assassinato. Neste caso, a dor, a humilhação e a desgraça da vítima são considerados excitantes, muitas vezes nem há a consumação do sexo. As torturas envolvem decepar, rasgar, arrancar, desfigurar etc, é realmente pesado e viceral. Existem alguns autores especializados nisso, um deles é o autor de Blade, Hiroaki Samura, às vezes em forma de mangá, às vezes em ilustrações.

Shibari ou Kinbaku, técnica de amarrar uma mulher (geralmente) com cordas, também chamado de bondage. Existem vários tipos de laços e posições, algumas delas suspenças. O shibari geralmente tem dois lados, aquele submisso que é amarrado e o sádico ou artista que gosta de controlar a situação (este chamado de Nawashi).

Shokushu Goukan (tentáculos + estupro) ou Shokushuzeme [tentáculos + seme (atacar/ativo)], sexo envolvendo tentáculos, sejam eles de animais, plantas, aliens ou similares. Às vezes, se confunde com o bondage. A diferença é que o que “amarra” está “vivo” e estupra a vítima. Esse gênero foi resgatado pelo ero-guro, embora já existisse anteriormente. A “magia” desse estilo está na mistura do bizarro, com o bondage e a tortura sexual, às vezes também com kemono.

Futanari, relação sexual com hermafrodita, homens com vagina ou/e mulheres com pênis. Embora seja raro nas revistas, é a coisa mais fácil de se achar em doujinshi. O mais comum é a mulher que possui um pênis que é descoberto pela sua amiguinha que decide tirar proveito disso. Se por algum lado se assemelha ao yuri ou yaoi, por outro lado é simplesmente um pornô “shemale”.

Como doujinshi, as personagens protagonistas são geralmente as moças de personalidade forte e líderes. Através de uma interpretação mais profunda, especula-se que colocar o órgão masculino nela é uma forma de “justificar” a personalidade dominante da moça e ao mesmo tempo humilhá-la (já que ela é na verdade uma aberração). Visto dessa forma, o futanari é uma resposta machista.

Kemono ou Yiff, relações sexuais envolvendo zoofilia. Aí vem um quilo de fetiches. Comece imaginando a quantidade de história de “meio-youkais” que você já viu em animê/mangá. Alguns tem forma humanas, mas nem todos. Na verdade eles curtem um humano-animal, um rabinho, orelinhas, garrinhas…

A Zoofilia atual geralmente usa cavalos (ou ungulados similares, tipo burro, camelo, cabra, bode) e cachorros. Mas no Japão geralmente exaltam o mais bizarro, inclusive com “monstros” que estupram as mulheres.

Vale a pena entender que isso não é exclusividade japonesa, a Grécia antiga tem lendas mil envolvendo sexo com patos, cabras, cachoros, bois, inclusive coisas como estuprada por uma NUVEM (tá que não é mais zoofilia…)! Todas essas formas de “estupro” (que é o que as “vítimas” alegam quando são “pegas” no ato) são justificadas dizendo que o animal na verdade é um youkai, ser místico, alien, espírito ou Deus. O exemplo da Grécia, na verdade era Zeus que escolhia formas diferentes (aham, ponho fé…). A Europa toda, na verdade, tem sérios casos e lendas de tudo quanto é tipo de zoofilia, como com focas e javalis; algumas geraram lendas muito famosas.

Além desses, existem algumas formas de masturbação com animais também, principalmente cães e seres semelhantes. Dizem que moças e velhinhas para se divertir lambuzam a vagina com coisas doces, como mel, e deixam seus animalzinhos se servirem.

Incesto, o fetiche do incesto existe no mundo todo, mas é bem famoso no Japão. Geralmente é entre um irmão mais velho e uma irmã mais nova, às vezes são irmãos de sangue, outras vezes é um casamento recente que une dois filhos de lados diferentes. O incesto está tão irraigado na cultura, que mesmo fora de hentais ele está muito presente.

Goukan (estupro), se é que pode-se chamar de estupro, é algo muito presente na cultura japonesa. No Shoujo, por exemplo, o gostosão força a barra com a menina que ele gosta e mesmo que ela peça, implore, resista e sofra no processo, ela se “apaixona” por ele. Ou seja, a própria cultura japonesa prega a submissão não só social, mas aos desejos do rapaz, a típica mulher de malandro.


Tortura, na verdade já presente em tudo quanto é gênero. A maiorias das “torturas” sexuais japonesas envolvem a humilhação feminina. É bem mais difícil encontrar uma mulher altiva que torture seus amantes. Por exemplo, ainda não me deparei como uma Dominatrix em mangá, embora já tenha visto um josei onde uma mulher insana (mentalmente insana) batia no amante.

Existem também os que envolvem pedofilia, são eles Lolicon, Shotacon e Toddlercon. Lolicon vem da palavra “Lolita complex” que é o nome japonês para pessoas que sentem desejo sexual por garotas pré-púrberes (ou seja de 4 a 9-12 anos). Já Shotacon (shota) vem de “Shoutaro complex”, dessa vez por garotos. E por último o Toddlercon que indica o desejo por bebês e crianças com menos de 4 anos, nessa idade menino ou menina é quase igual em todos os sentidos, inclusive a personalidade e cultura (ou falta de).

Esses três temas aparecem bastante na literatura japonesa, principalmente entre os Seinens e os Josei. É muito comum também que esses temas sejam misturados com o homossexualismo, um dos mais famosos sem dúvida é o Shotacon Yaoi, onde um homem tem relações sexuais com um menino. Por mais imoral que pareça, existem algumas revistas só voltadas para esse tema.

Ao contrário da palavra pedofilia (onde o pedófilo tem que ser um maior de idade), os algo-cons podem ser entre duas crianças. Normalmente uma é mais espertinha e decide brincar de mamãe e papai.

Prostitutas, não é bem um fetiche, mas tá incluso. O Japão tem vários tipos de prostitutas, escortes e similares, que vendem o corpo, os serviços e a companhia. Existe prostituição de esquina, gueixas, vários tipos de “call girls” e casas noturnas com dançarinas e outras. Tem aquele sistema de vitrine, onde o cliente paga para ver a moça em posições sensuais, existem aqueles que pagam pela companhia de menores de idade, os host e hostess club. Tudo isso é muito fácil de encontrar no Japão, em alguns bairros é uma verdadeira avenida de casas e clubes noturnos um atrás do outro, cada um com sua especialização. Tem gringo que chega a ir ao Japão especialmente para se divertirem nesses locais.

Além desses, existem todo tipo de fetiche possível, como por fezes, travestis, aliens, vampiros e tudo o mais que vocês puder imaginar. Também existe todo tipo de sexo, como oral, anal etc, mas existe uma enorme variedade que não envolve penetração vaginal (devido a lei japonesa de 1956).

Além disso tudo, a pornografia japonesa dos animes e mangás é caracterizada por exagerar algumas coisas. Por exemplo, é muito comum que nos algo-con da vida, os menores de idade tenham orgasmos e desejo sexual, quando isso não acontece de verdade (a não ser num caso de purberdade precoce). Sem contar nos corpos desproporcionais e beirando o insustentável. Ainda existem alguns em que o “gozo” feminino parece uma ejaculação masculina misturada com o ato de urinar, é literalmente um esguichão para fora (é muito esquisito…). Fora o fato dos caras terem uma resistência e capacidade de gozar 100 vezes ao dia. Muitos Hentais são tão absurdos que você tem absoluta certeza de que o autor é virgem.

Além do teor sexual nos hentais, existem muitos misturados com comédia, ação, romance e histórico. Sinceramente, acho os de comédia e os históricos os mais “interessantes”.

Se você parar e forçar a memória, vai lembrar de alguns desses fetiches nos mangás e animês que você já viu. Eles são um dos principais causadores de censura quando o material é traduzido, afinal, uma amiguinha como a Tomoyo ou um casal gay como Toya e Yukito é no mínimo escandaloso no Brasil. Ou então homens que se transformam em mulheres com poderes mágicos (Sailors Starlight). Ou, em Dragon Ball, a Bulma é depravada e sai oferecendo calcinha e até toques, ou acaba se mijando em público.

E, entenda, não sou eu quem diz que é ou não, o fato é que ambas as culturas se diferenciam e muito na área sexual. Nós até falamos bastante em sexo, mas quase nunca em fetiches ou parafilias. Isso inclui os EUA, que escândalo que a Lady Gaga curta um SM. Até mesmo a mídia, ache algum filme que mostra normalmente essas coisas, só consigo lembrar de Sex in the City e as coisas como Law and Order: Special Victims Unit (Lei e ordem: Unidade de Vítimas Especiais), mas mostrando como crimes ou de forma suave. O que para nós é um tabu super complicado, lá, no Japão, é “normal”.

Diga-se de passagem, algumas coisas ficam tão comuns que aparecem facilmente em obras infanto-juvenis sem nenhuma censura.

Por fim e só para garantir, muitos desses fetiches são considerados parafilias, que são doenças e distúrbios psicológicos, muitos outros são ilegais e dependendo do tipo pode levar a prisão. Qualquer tipo de sexo contra a vontade de alguém ou com menores de idade é crime no Brasil, seja ele físico, filmado ou desenhado.


Lembrando também que nossa legislação e a legislação japonesa são diferentes, então nem tudo que é “oficial” e “legal” lá pode ser consumido legalmente por aqui. A possessão de arquivos em seu computador ou em mãos pode dar cadeia das brabas.

Aviso que não é incomum que pessoas “normais” se sintam enjoadas, com ânsia de vômito e similares com essas parafilias. São todas formas de tortura e violência, são ilegais e imorais, são distúrbios psicológicos.

Muitos dessas parafilias que irei comentar são parte do Ero Guro, embora muitas tenham se distanciado. Em sua imensa maioria o alvo e vítima é uma mulher, embora exista versões alternativas. O atacante por sua vez pode ser um homem, uma mulher ou até uma inteligência artificias ou uma sociedade. Para listá-los aqui vou usar uma obra chamada “Hitodenashi no Koi” (The Love of the Brute) como referência, que você só deve procurar se tiver um estômago forte.

Esses estilos são basicamente físicos, mas todos tem sua parcela psicológica. Em geral são casos de Sadismo, mas não masoquismo, já que são vítimas. Embora exista versões masoquistas e até pessoas que fantasiam em serem mortas ou comidas vivas. O atacante sádico geralmente sofre de algumas doenças, entre elas a incapacidade de reconhecer outro ser humano como seu semelhante, patologia essa mais comum do que você imagina, e a falta de moral.

A tortura com o shibari, essa tortura usa os laços e técnicas do Shibari, a ideia é imobilizar a vítima e infligir dor ao colocá-la em posições desconfortáveis e desumanas. Além do quesito dor, existe o fator humilhação, às veses pública. Alguns Hentais darks possuem mulheres amarradas e tal nas paredes e pilastras, chega a ser considerado um design para o interior.

Outra coisa similar que aparece é a cruxificação, tem mais ou menos a mesma ideia de humilhação pública, mas é usado a base em cruz caracterítica com cordas ou pregos.

Algo muito comum também é a “escravatura“, humilhar sua vítima exigindo dela coisas obcenas ou deshumanas, como limpar o chão com a língua, favores sexuais, dentre outros. Basicamente tratar a pessoa como um animal que deve seguir ordens, um escravo. Muito geralmente tais são tratados mesmo com animais, sendo forçados a dormir numa caixa, a terem coleiras, números de série etc. Um exemplo disso está em HunterxHunter, quando formigas maltratavam dois humanos, tratando-os como cães. O desespero da morte e da dor obriga a pessoa a obedecer e beirar a insanidade.

O espancamento é um tortura que visa infligir bastante dor por um bom tempo, já que a vítima demora para morrer. Comum o uso de Shibari para imobilizar a vítima. De forma mais leve o espancamento aparece bastante em cenas escolares, onde alguém é maltratado fisicamente.

A ideia de manter a vítima viva o maior tempo possível é muito forte e decisiva na escolha do tipo de tortura, evita-se os ferimentos internos e se exalta a tortura a pele. Em casos de mutilação, cortes etc. usa-se conhecimentos médicos para não atingir nenhum ponto vital e assim extender o tempo da vítima.

Em especial os japoneses gostam da situação de arrancar ou rasgar pedaços da vítima de diversas formas, de preferência do jeito mais doloro possível. Nas mulheres costuma-se focar nos seios. Estão entre as preferências japonesas o sufocamento, apedrejamento, esfolamento, etc.

As torturas sexuais envolvem geralmente “brinquedinhos”, é muito raro que o sádico ou atacante se envolva carnalmente com a vítima. Ele sempre se coloca numa situação de superioridade que jamais se inferiorizaria para se envolver com o “Animal”. Esses brinquedinhos são todos muito criativos, às vezes muito complexos e elaborados, outras vezes se usa uma terceira pessoa. A ideia de assistir um estupro é muito apreciado também.

Outra forma de tortura que envolve utensílios é o de se penetrar o individuo com algo de cabo a rabo. Às vezes correntes e cordas, outras vezes madeira e aço, sendo comumente chamado de empalamento no segundo caso.

Também é muito conhecido o uso de lâminas, agulhas, tubos, pregos, corda, fios, pedras etc.

O sexo com partes “não usuais” do corpo é um outro estilo de violência e masoquismo, onde se penetra o ânus ou vagina com o pé, o punho e até a cabeça.

O kemono também aparece muito, não só no sentido zoofilo, como o uso de animais para o estupro. Insetos, vermes e seres menores são os preferidos, se insere tais dentro do corpo da vítima, infligindo dor internamente, às vezes até comido vivo.

Existe uma exceção a regra geral, que são as execuções desumanas. Nesse a vítima morre rápido, mas com imensa dor. O uso de lâmina como espadas e machados é bem comum. Também é comum serem jogadas para alimais famintos, sendo comidas vivas.

Existe também uma tendência em tratar o corpo da vítima como se fosse uma escultura ou boneca, às vezes reorganizando partes do corpo (oi, MPD Psycho), às vezes apenas mutilando ou misturando outros obejtos a composição. Uma forma artística usando cadáveres. A “arte” pode ser feita com o corpo morto ou ser iniciado com a pessoa viva (já que enquanto viva o corpo se mantém flexível). Existem verdadeiras artes médicas de como se fazer isso mantendo o ser vivo.

Outra tortura “curiosa” é as que envolvem a água, usando algum aparelho, se força a vítima a beber dezenas de litros de água, impedindo e selando qualquer forma de saída. A vítima infla e fatalmente explode alguma hora como um balão. Alguns gostam de facilitar a explosão com tiros, esfaqueamento etc. A água pode ser inserida pela boca ou pelas saídas, existindo um subtipo especial para os homens, geralmente gays.

A tortura usando os parentes e filhos é comum, a tortura psicológica. Se obriga os filhos ou amados a verem a tortura e morte da vítimas, ou vice-versa. Existe o desejo por grávidas também, onde lhe torturam e tiram o feto, causando excruciante dor física e psicológica.

O “scat“, chamado no brasil de Chuva Dourada e Banho Marrom, aparece comumente, mas como forma de humilhação. Entretando isso existe em outros gêneros, onde a pessoa sente tesão por urina e fezes, ao ponto de comer/beber por vontade própria.

Embora atualmente isso tudo sejam fantasias, no passado não eram incomum casos desses, inclusive casos similares em outros lugares do mundo, como Europa. Ainda hoje existe registros recentes de assassinos em série que utilizam/aram tais técnicas no mundo.

Reiterando que tudo aqui é parafilia e patologia, se você tem interesse no assunto o melhor é pular na área psiquiátrica, muita gente passa a vida estudando isso. Só os citei aqui por aparecerem e muito na cultura japonesa de entretenimento.


Por último vou citar o caso dos “snuff“. Snuff não é um gênero, eram filmes que a sociedade acreditava que não se tratava de atuações, mas realmente assassinatos e estupros de atores e pessoas gravados. Nunca houve notícia de nenhum snuff de verdade. É uma lenda urbana americana. Por derivação começou-se a chamar filmes em que os personagens morriam torturados no final de snuff, embora não o sejam. É impossível haver snuff em hentai pelo simples fato de ser desenhos, mas é possível ter o tema.

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